Neste começo de semana o volume de negócios no mercado físico do boi gordo evoluiu de forma mais consistente, refletindo o encurtamento das escalas de abate dos frigoríficos e a oferta enxuta de animais terminados, informa S&P Global Commodity Insights.
Paralelamente, o ritmo acelerado dos embarques de carne bovina brasileira tem endossado suporte à demanda por boiada gorda, apesar da inconsistência do consumo doméstico.
“As unidades de abate que foram às compras visaram preencher as suas escalas ao menos até o começo da próxima semana”, relata a S&P Global.
Segundo a consultoria, cresceu o número de plantas frigoríficas que demonstram dificuldade em comprar lotes mais volumosos de animais terminados.
“Algumas unidades já estão optando por trabalhar com a capacidade ociosa elevada com o objetivo de manter a produção equalizada à demanda vigente”, observam os analistas da S&P Global.
A estratégia dos compradores, continua a consultoria, é tentar driblar maiores especulações altistas ou calibrar as suas margens operacionais.
No primeiro semestre de 2023, o abate de bovinos no Brasil cresceu cerca de 10% sobre igual período de 2022, impulsionado pelo salto no número de abate de fêmeas.
“O aumento no abate de bovinos resultou no crescimento da produção de carne, mas que não foi acompanhado de um aumento da demanda, devido ao embargo das vendas à China (entre fevereiro e março deste ano) ocasionado pelo registro de um caso atípico de mal da vaca louca”, relatam os analistas.
Na avaliação da S&P Global, a lacuna entre o primeiro e segundo giro de confinamento deve manter um ambiente de preços firmes para o boi gordo no curto prazo.
Porém, o enfraquecimento das vendas de carne bovina no atacado/varejo vem sendo o principal fator de cautela no setor industrial.
“Os preços das carnes concorrentes estão mais competitivos (em relação aos valores dos cortes bovinos)”, afirma a S&P Global.
Mercado de São Paulo – Segundo apuração da Scot Consultoria, como ocorre nas segundas-feiras, grande parte dos frigoríficos paulistas ficou de fora das compras.
“As indústrias ainda contabilizam a venda de carne bovina ao longo do fim de semana para definir os preços que serão ofertados pela boiada gorda”, afirma os analistas.
Com isso, as cotações para todas as categorias de bovinos para abate ficaram estáveis no mercado paulista, de acordo com a Scot.
O boi gordo direcionado ao mercado interno continua valendo R$ 250/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 212/@ e R$ 235/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).
O preço pago pela arroba do “boi-China” (abatido mais jovem, com até 30 meses) está em cotado em R$ 255 no mercado paulista (preço bruto e a prazo) – portanto com ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”.
Atacado em alta – Na última semana, em São Paulo, os preços dos cortes bovinos subiram em relação à semana anterior, informa a Scot.
As cotações da vaca e da novilha casadas tiveram aumento semanal de 3,5% e 2,7%, precificadas em R$ 14,65/kg e R$ 15,19/kg, respectivamente.
No mesmo período, a carcaça casada de bovinos castrados subiu 0,3%, negociada em R$ 16,31/kg.
Para a carcaça de bovinos inteiros, houve um aumento de 3,6% na última semana, precificada em R$ 15,19/kg, informa a Scot.
Cotações máximas de machos e fêmeas na segunda-feira, 10/7
(Fonte: S&P Global)
SP-Noroeste:
boi a R$ 258/@ (prazo)
vaca a R$ 227/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 250/@ (à vista)
vaca a R$ 227/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 246/@ (prazo)
vaca a R$ 225/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 222/@ (prazo)
vaca a R$ 192/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 220/@ (à vista)
vaca a R$ 190/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 220/@ (à vista)
vaca a R$ 185/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 236/@ (prazo)
vaca R$ 202/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 233/@ (prazo)
vaca a R$ 202/@ (prazo)