O mercado físico do boi gordo enfrenta um período de preços enfraquecidos, especialistas destacam a persistência das pressões negativas sobre as cotações. Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Consultoria Safras & Mercado, os frigoríficos continuam buscando adquirir animais abaixo das referências médias, enquanto há indicativos de possíveis quedas adicionais no curto prazo. Iglesias observa que, apesar de uma possível alta nos preços da carne no atacado, não parece haver espaço para mudanças significativas nos preços do boi gordo, especialmente com as escalas de abate confortáveis e a oferta relevante de fêmeas no Norte do país.
“Os frigoríficos ainda operam com escalas de abate relativamente confortáveis. Mesmo uma eventual alta dos preços da carne no atacado não parece ser suficiente para provocar mudanças contundentes na direção dos preços. O viés ainda é de queda das indicações, mesmo que isso ocorra de maneira moderada. A oferta de fêmeas permanece relevante no Norte do país, com o descarte ainda presente”, diz Iglesias.
As expectativas para o mercado do boi gordo permanecem cautelosas, com indicativos de pressão contínua sobre os preços. A perspectiva de novas quedas nos preços no curto prazo é amplamente discutida, especialmente devido à persistência dos frigoríficos em adquirir animais abaixo das referências médias. Apesar da possível alta nos preços da carne no atacado, a oferta confortável de animais para abate e a necessidade dos frigoríficos de manterem margens competitivas sugerem um cenário desafiador para uma recuperação significativa dos preços da arroba do boi gordo.
Nas praças de São Paulo, Goiânia, Uberaba, Dourados e Cuiabá, os preços da arroba do boi gordo variam de R$ 206 a R$ 230;
Confira as cotações Arroba do boi gordo, segundo a Safras&Mercado
São Paulo, Capital: R$ 230
Goiânia, Goiás: R$ 217
Uberaba (MG): R$ 227
Dourados (MS): R$ 223
Cuiabá: R$ 206
De acordo com a Agrifatto, os frigoríficos brasileiros continuam forçando uma redução mais forte nos preços do boi gordo, porém sem muito sucesso, pelo menos neste início de março. “Apesar das compras moderadas, dos abates intercalados e da priorização de pequenos lotes, a pressão sobre os valores da arroba não surtiu o efeito esperado ao longo da semana passada e também neste início de março”, relatam os analistas da Agrifatto.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto : São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de onze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de oito dias;
Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Rondônia — O boi vale R$200,00 a arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;
Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias.
Por sua vez, a consultoria CEPEA reporta que o valor futuro – B3 – da arroba do boi gordo está em R$ 233,30, com variação diária de -0,77% e variação mensal de -0,89%. Em dólares, o valor é de US$ 47,09. Esse cenário reflete a complexidade do setor, onde fatores como oferta, demanda e eventos climáticos desempenham papéis significativos na formação dos preços, mantendo os agentes do setor atentos às nuances do mercado.