Em Nioaque operação fez buscas na casa da ex-secretária de Saúde municipal, Márcia Cristiane Missioneira Jara, que está sob investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul por supostas fraudes em contratos públicos na área da saúde durante sua gestão, que ocorreu de 2017 a 2024 sob o ex-prefeito Valdir Júnior (PSDB). Apesar de estar previsto nos contratos, muitos desses exames não teriam sido realizados, o que motivou a escolha do nome “Auditus”, que significa “audição” em latim.
O Ministério Público estima que os prejuízos aos cofres públicos possam ultrapassar R$ 3 milhões, com indícios de exames médicos cobrados e não realizados, além de contratos com valores inflacionados. Um dos principais alvos da investigação é o teste da orelhinha, que detecta problemas auditivos em recém-nascidos.
Segundo as investigações do MPE/MS na época a prefeitura pode ter pago além dos testes auditivos outros exames e consultas que não ocorreram, enquanto a população enfrentava dificuldades para acessar atendimento básico, especialmente os usuários do SUS.
A operação também destacou um aumento significativo nos contratos, como o da Prontomed Clínica Médica, que saltou de R$ 1,1 milhão em 2021 para mais de R$ 4,6 milhões em 2024.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Nioaque, Bonito e Jardim, em locais como a casa de Márcia Jara e na Prefeitura e Secretaria de Saúde de Nioaque, além de empresas ligadas aos contratos investigados.
Em junho de 2023, a vereadora Rose Arruda (União Brasil) já havia questionado os contratos em vigor, evidenciando a paralisação de exames e consultas, mesmo com pagamentos sendo realizados.