Mesmo com suporte momentâneo em praças estratégicas, o mercado do boi gordo mostra enfraquecimento desde o balcão até a B3, pressionado pela incerteza com a China, escalas mais curtas e comportamento defensivo da indústria.
O mercado do boi gordo inicia a semana em clima de tensão. Embora algumas praças ainda consigam sustentar negócios ao redor de R$ 325/@, especialmente nos animais padrão exportação, o movimento geral é de pressão baixista, visível tanto no físico quanto nos contratos futuros.
Fontes do setor apontam que o ambiente permanece sensível a qualquer rumor envolvendo as negociações com a China, o que aumenta a volatilidade e dificulta projeções de curto prazo.
Nos bastidores, analistas destacam que as indústrias atuam de maneira cautelosa, tentando testar preços menores à medida que as escalas de abate permanecem curtas e o mercado trabalha entre a boa demanda doméstica — impulsionada pelo 13º salário — e o risco de possíveis medidas de salvaguarda por parte dos chineses.
Do outro lado, os pecuaristas seguem otimistas com virada nos preços e nova guinada nas cotações para as próximas semanas.
Suporte ainda existe, mas sinais de fraqueza se espalham no mercado do boi gordo
Segundo análise da Safras & Mercado, o mercado físico abriu com tentativas esporádicas de compra em patamares mais baixos, reflexo direto do ambiente turbulento e das especulações sobre a relação comercial com a China. Ainda assim, a demanda interna segue aquecida, impulsionada pelo aumento do consumo típico de fim de ano.
Preços médios levantados pela Safras & Mercado:
- São Paulo: R$ 326,33
- Goiás: R$ 320,32
- Minas Gerais: R$ 318,82
- Mato Grosso do Sul: R$ 319,20
- Mato Grosso: R$ 307,00
Já o levantamento da Agrifatto, publicado pelo ontem, mostra que a média nacional permanece em R$ 306,10/@, estável pelo segundo dia consecutivo, resultado da combinação entre forte demanda externa e redução da oferta de animais, marcada pelas escalas mais curtas.
